David Byrne, ele mesmo, o cara do Talking Heads, é um cara bom. Primeiro, é o cara do Talking Heads, né?
http://youtu.be/cZAyxUMfBvA
Isso diz muito sobre a pessoa.
Aí Byrne entrou numas de world music, fez um dos álbuns solo mais interessantes que já ouvi na vida ('Rei Momo', cheio de cumbias, rumbas merengues e salsas, sempre com parcerias com quem faz esses ritmos 'de verdade'), criou o selo musical Luaka Bop, que lançava sons bem alternativos e com pitadas étnicas de vários lugares do mundo e, de uns tempos pra cá, virou embaixador da cultura da bicicleta pelo mundo.
Mas Byrne vai além em ser legal. Em seu blog sobre arte e tecnologia (tem como não amar???), há um artigo muito interessante sobre um experimento feito sobre a percepção do mundo a partir do seu corpo.
http://journal.davidbyrne.com/2011/12/120711-odyshape.html?
Resumindo? o mundo está lá. As coisas estão aí, aparentemente concretas. Mas a maneira como você vê as coisas depende. Neste experimento, depende do tamanho do seu corpo - com a ajuda de câmeras, o entrevistado tinha a ilusão de ter um corpo muito menor ou muito maior, e isso muda a maneira como ele vê as coisas à sua volta.
E o que isso quer dizer? Basicamente, o que é verdade pra mim não é verdade pra você; eu vejo as coisas de uma maneira diferente, porque eu me percebo de uma maneira - eu tenho um tamanho x, eu estou gorda, eu estou magra, eu sou pequena demais, eu sou alta demais - que não necessariamente é verdade, e baseado nessa percepção-não-necessariamente-verdadeira de mim mesma, eu entendo o mundo. Eu e você, aliás. Eu, você e todo o mundo.
Byrne vai muito para o lado da percepção da autoimagem, da aceitação (ou não) dos nossos corpos como eles realmente são, do 'corpo ideal' vendido pela mídia e como isso obviamente afeta nossa visão de mundo. Eu resumiria como:
1- a realidade é subjetiva, relativa e cada um faz a sua
e 2 - sua visão de mundo depende de como você se vê.
Só que agora, com o respaldo da ciência. Obrigada mais uma vez, David Byrne.
domingo, junho 03, 2012
Autoimagem x realidade subjetiva
Postado por
Lia
às
2:54 PM
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