Como
alguns de vocês já sabem, iniciei uma espécie de “carreira paralela” de
revendedora de uma marca de cosméticos. Assim mesmo, entre aspas,
porque até o presente momento tenho gasto mais do que ganho nessa
brincadeira. Mas, até mesmo para este projeto, vem sendo um excelente
laboratório.
Pra
começar, a marca é a Eudora, do Grupo Boticário, o que quer dizer
‘produtos de qualidade’ e ‘preços honestos’. Já havia experimentado e
comprado alguns produtos na loja física, gostei, e quando descobri que
poderia revender, pensei “ei, por que não?”.
Existe
um investimento inicial para o kit de demonstração. Até aí, beleza - no
mal, no mal, se eu não der certo como vendedora, já compensou com a
bolsa incrível e os produtos que vêm no kit. Existe também um tempo
máximo que você pode ficar sem fazer pedidos, pra não perder o cadastro.
Então fiz uma espécie de cronograma com os aniversários da família,
datas comemorativas, pra não perder os pedidos.
Aí
começam as vendas. Ou melhor: começam as compras em benefício próprio.
Que mulher resiste a um batom incrível, a um lápis que não escorre, a um
perfume gostoso e com boa fixação? Ainda por cima, baratinho? EU não
resisto, ainda mais que compro com desconto. Com isso, estou formando um
verdadeiro arsenal para maquiagem para os shows. E aprendendo TRUQUES.
Porque o que faço é uma espécie de consultoria prazamiga,
né? A Fernanda e a Marina usam perfume mais fresco e mais ‘frutal’, a
Aurora precisa usar sombras claras e esfumar o olho pra fora pra
levantar o olhar, Marina terminou um namoro longo recentemente e vai
cair na night de batonzão vermelho (“mas leva o baratinho que, se você
não acostumar, pelo menos gastou pouco” - e não é que ela amou?),
Cinthia combina com quase tudo, mas o namorado dela não gosta que ela
use maquiagem...
Depois
das vendas, vem o feedback. “Viciei no creme”. “Meu namorado amou o
óleo de massagem”. “Amei o batom, já saí com ele no fim de semana,
adorei e conheci um sujeito”...
...e
assim a gente aprende que a indústria da beleza não é, ou pelo menos
marketeiramente falando, não deveria ser apenas ‘indústria de
cosméticos’. A indústria da beleza é 100% sobre autoestima.
Se
a moça vai ficar mais bonita... bem, você continua com a mesma
cara, FATO. Mas uma maquiagem bem feita faz a moça se sentir mais
bonita (e às vezes até melhora o aspecto mesmo... uma corzinha de saúde, por exemplo). Um perfume poderoso traz autoconfiança instantânea. Aqueles
minutinhos preciosos que a gente usa pra encher o rosto e o corpo de
cremes são uns carinhos que a gente faz na gente mesma, porque SE tratar
bem é fundamental.
E
quando você SE SENTE diferente, suas atitudes também mudam.
Autoconfiança, sensação de poder, a sensação de que as pessoas estão
olhando com outros olhos pra você. Isso faz MUITA diferença.
É
mais ou menos assim que virei consultora de autoestima. E isso pra não
falar da minha própria, que só aumenta - a cada vez que faço um olhão
incrível pro show da banda, a cada vez que experimento um item, adoro,
recomendo e vendo, a cada 50 pilas de comissão quando vendo dois
perfumes em um pedido (e, sim, os perfumes são maravilhosos) e percebo o
quanto encarar esse novo empreendimento tem sido interessante - e,
eventualmente, até me rende uns trocados. Embora eu esteja comprando
mais em benefício próprio do que vendendo.
Ainda
assim, ajudar uma amiga a se sentir mais linda, mais confiante e mais
poderosa não tem preço. E já posso dizer que ando expert nisso.
* * *
Só pra não perder o jabá, dá uma folheadinha no guia, dá. E se quiser demonstração dos perfumes, me fala. He, he, he.
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